3.3.12

Contraluz


Penetramos num fluxo sensorial
De tactos e convulsões emancipadas
De silhuetas errantes em contraluz
Fomos dois vultos embriagados
A esculpirem gemidos inspirados na bruma
Fomos vertidos entre paredes frígidas
Que aconchegaram a fúria fogosa
Dos nossos corpos levitantes
Caímos subjugados ao espelho da alma
Pálido pelo prazer dos suores dissipados
Contemplados entre atritos penetrantes

Lisboa, 3 de Março de 2012

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